A “dieta”* cetogênica é uma forma de alimentação que tem como objetivo induzir o estado de cetose no organismo. A cetose é um processo metabólico em que o corpo utiliza a gordura como fonte primária de energia, em vez dos carboidratos.
Em outras palavras a estratégia presente nesta intervenção nutricional é um rearranjo alternativo entre os macronutrientes que devem compor a alimentação. A grande fonte de energia passa a ser as gorduras.
Para isso, é necessário reduzir drasticamente o consumo de carboidratos, que são encontrados em alimentos como pães, massas, cereais, frutas e legumes. A recomendação é que a ingestão diária de carboidratos fique entre 20 e 50 gramas, o que corresponde a cerca de 10% das calorias totais.
Em contrapartida, é preciso aumentar o consumo de alimentos ricos em gorduras boas, como abacate, coco, oleaginosas, azeite e ovos. As proteínas devem ser mantidas em uma quantidade moderada, cerca de 20% das calorias totais.
Você sabia que consumir gorduras pode ser bom para o seu organismo?
Ao seguir um programa assim, o organismo entra em estado de cetose, que significa que ele está queimando gordura como combustível. Isso pode trazer muitos benefícios para a saúde, como:
- Perda de peso rápida e eficaz e controle da obesidade inclusive de origem genética
- Melhora da sensibilidade à insulina e controle da glicemia;
- Redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim (LDL);
- Aumento dos níveis de colesterol bom (HDL);
- Melhora da função cerebral e prevenção de doenças neurodegenerativas (como Parkinson, Alzheimer, epilepsia, doenças autoimunes e dores reumáticas);
- Redução da inflamação e do estresse oxidativo;
- Modulação do apetite e da saciedade.
No entanto, quando a intervenção cetogênica não é bem introduzida e orientada também pode apresentar alguns riscos e desafios, como:
- Dificuldade de adesão por ser, de certa forma, restritiva;
- Possíveis efeitos colaterais no início da dieta, como dor de cabeça, cansaço, náusea e constipação, quando não há uma suplementação de suporte;
- Necessidade de acompanhamento de um profissional nutricionista para evitar deficiências nutricionais e complicações renais ou hepáticas;
A intervenção cetogênica é contraindicada para pessoas com diabetes tipo 1, insuficiência renal ou hepática, gestantes, lactantes e crianças.
Portanto, antes de iniciar uma dieta cetogênica, é importante consultar um profissional qualificado que possa avaliar seu estado de saúde, seus objetivos e suas necessidades individuais. Assim, você poderá seguir uma dieta segura, equilibrada e adequada para você.
*A saber: tecnicamente “cetogênica” não pode ser chamada de dieta porque ninguém deve passar longos períodos (mais de 4 meses) sem consumir carboidratos de forma adequada (cerca de 40% do valor calórico diário total). A palavra DIETA pressupõe um modo de se alimentar pela vida afora.